Números da Black Friday 2024: como o varejo brasileiro vendeu na data

A Black Friday de 2024 se consolidou como um verdadeiro marco para o varejo brasileiro. Depois de anos de instabilidade econômica e mudanças no comportamento de compra, a data voltou a impulsionar o consumo, superando as expectativas e, pela primeira vez, ultrapassando os níveis de vendas do período pré-pandemia.

Para quem empreende — seja como Microempreendedor Individual (MEI) ou dono de uma Microempresa (ME) —, entender esses resultados vai muito além da curiosidade. 

É uma oportunidade de analisar tendências, revisar estratégias e planejar ações mais assertivas para as próximas campanhas de vendas.

Confira os principais números da Black Friday 2024, os hábitos de consumo dos brasileiros e as lições que todo pequeno negócio pode aplicar para vender mais em datas sazonais.

O cenário geral: faturamento e crescimento recorde

Os dados consolidados da Black Friday 2024 no Brasil mostraram um cenário extremamente positivo, impulsionado por fatores econômicos favoráveis, como a melhora no mercado de trabalho e o pagamento da primeira parcela do 13º salário exatamente na data do evento.

O faturamento total do período — entre 00h00 de quinta-feira (28 de novembro) e 23h59 de domingo (1º de dezembro) — atingiu a marca de R$ 9,38 bilhões, superando com folga os resultados de 2023.

O aumento de 10,7% no faturamento e 14% no volume de pedidos em relação a 2023 indica que o consumidor brasileiro estava mais disposto a comprar — mas também mais criterioso. Ele buscou ofertas reais e produtos de valor percebido, priorizando custo-benefício.

Já a queda de 2,9% no ticket médio (R$ 515,66) mostra que os consumidores compraram mais itens, porém de menor valor unitário, e que os descontos foram mais efetivos em produtos de preços acessíveis.

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A jornada híbrida: o equilíbrio entre online e físico

Um dos dados mais interessantes da Black Friday 2024 foi o desempenho do varejo físico, que apresentou um crescimento surpreendente e reforçou a ideia de que a jornada de compra do consumidor brasileiro é cada vez mais híbrida. De acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA):

• Varejo físico: +17,1%

• E-commerce: +8,9%

O aumento de 17,1% nas lojas físicas — o maior desde 2017 — superou o crescimento do e-commerce, mostrando que o consumidor ainda valoriza a experiência presencial de compra, especialmente quando há conveniência e atendimento de qualidade.

Esse equilíbrio entre o físico e o digital mostra que o cliente pesquisa online, compara preços e, muitas vezes, conclui a compra na loja. Para o MEI e a ME, a lição é clara: integre seus canais. 

Redes sociais, WhatsApp Business e e-commerce próprio devem conversar com a loja física (quando houver), criando uma experiência de compra fluida e conectada.

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Categorias em destaque: onde o dinheiro foi gasto

A análise das categorias mais vendidas no e-commerce revela as prioridades de consumo e as oportunidades que o pequeno empreendedor deve observar.

Enquanto categorias tradicionais como Eletrodomésticos e Eletrônicos mantiveram a liderança, o grande destaque foi o crescimento expressivo de nichos emergentes, como Ar e Ventilação (+66,1%), Esporte e Lazer (+41,1%), Automotivo (+36%) e Beleza e Perfumaria (+13,1%).

Esses resultados mostram que o consumidor diversificou suas compras, priorizando produtos de uso prático, bem-estar e conforto, muitas vezes com ticket médio menor.

Lição para o empreendedor:

Se o seu negócio atua em um desses nichos de crescimento acelerado, a Black Friday 2024 confirmou o potencial de demanda. Para o próximo ano, invista em estoque, marketing segmentado e ofertas personalizadas. Mesmo produtos mais simples podem se destacar se forem bem apresentados, com bom custo-benefício e comunicação transparente.

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O comportamento do consumidor: descontos e satisfação

O consumidor da Black Friday 2024 mostrou-se mais planejado, criterioso e consciente. A pesquisa da Globo Gente revelou que 87% dos compradores ficaram satisfeitos ou muito satisfeitos com suas aquisições. 

Ainda assim, uma parcela expressiva — 72% dos consumidores — afirmou ter deixado de comprar algum produto, principalmente por considerar os descontos baixos demais.

A maior parte das compras aconteceu com descontos de até 30%, sendo que as faixas entre 21% e 30% tiveram melhor desempenho do que em 2023. Isso demonstra que o consumidor valoriza ofertas reais e transparentes, e não apenas grandes percentuais anunciados.

Outro dado relevante é o comportamento digital: 47% dos consumidores baixaram o aplicativo de alguma loja para realizar compras, e 90% mantiveram o app instalado após a data — um claro sinal de engajamento e fidelização.

Lições para o empreendedor:

• Descontos reais e atrativos: o consumidor está atento e mais bem informado. Evite práticas enganosas e ofereça descontos genuínos, preferencialmente na faixa entre 20% e 30%, para competir de forma justa e eficiente.

• Fidelização via canais diretos: o alto índice de retenção de aplicativos mostra que o cliente está disposto a se engajar com marcas que oferecem benefícios exclusivos e contato direto. O pequeno negócio pode aplicar o mesmo conceito usando o WhatsApp Business para enviar promoções e recompensas a clientes fiéis.

• Planejamento antecipado: o consumidor começa a se preparar antes da última sexta-feira do mês. As marcas que já divulgam ofertas e conteúdos desde o início de novembro — a chamada “Black November” — saem na frente.

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Oportunidades para o pequeno negócio

A Black Friday 2024 confirmou que a data segue sendo uma das maiores forças de movimentação do varejo brasileiro. E os dados revelam que o sucesso não está restrito às grandes empresas: com estratégia e planejamento, o pequeno empreendedor também pode crescer.

Para o empreendedor que usa o Treeunfe, as oportunidades estão claras:

• Integração de canais: alinhe loja física, redes sociais, e-commerce e atendimento via WhatsApp em uma estratégia única. O cliente precisa enxergar a mesma marca e experiência em todos os pontos de contato.

• Aposte em nichos de crescimento: setores como beleza, esportes, automotivo e ventilação cresceram acima da média. Negócios especializados nesses segmentos têm espaço para escalar.

• Transparência e valor: fidelize clientes com ofertas honestas, comunicação clara e atendimento humanizado. A disposição dos consumidores em manter aplicativos e canais ativos mostra que relacionamento é o novo diferencial competitivo.

Ao compreender e aplicar esses aprendizados, o pequeno empresário se posiciona de forma mais estratégica para aproveitar não só a próxima Black Friday, mas também todas as datas sazonais que movimentam o comércio brasileiro, com planejamento, inteligência e foco no cliente.

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