Código de Enquadramento IPI: entenda sua importância na nota fiscal
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Para empresas que atuam no setor industrial — ou que são equiparadas a indústrias — a emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) exige um nível de precisão fiscal que vai além do ICMS. Entre os campos que mais geram dúvidas e rejeições, um dos mais importantes é o Código de Enquadramento Legal do IPI, conhecido como cEnq.
Neste guia, você vai entender de forma clara o que é o cEnq, como ele se relaciona com o CST do IPI, por que sua aplicação correta é essencial e quais são os códigos mais utilizados no dia a dia. Assim, você evita erros e garante que suas notas fiscais passem longe da rejeição 388.
O que é o Código de Enquadramento IPI?
O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é um tributo federal que incide sobre produtos industrializados e sua aplicação depende diretamente do amparo legal de cada operação.
Isso inclui casos de isenção, imunidade, suspensão, tributação normal ou até alíquota zero. O papel do Código IPI é justamente traduzir essa base legal, indicando à SEFAZ qual é o enquadramento correto do IPI na nota.
Esse Código de Enquadramento Legal do IPI (cEnq) se traduz em um código numérico de três dígitos — indo de 001 a 999 — utilizado para identificar qual é a base legal que justifica a forma de tributação do IPI aplicada a um produto na Nota Fiscal.
De forma simples: enquanto o CST do IPI indica como o imposto está sendo tratado (tributado, isento, suspenso, alíquota zero, entre outros), o cEnq explica por que ele está sendo tratado dessa maneira — qual artigo, lei ou decreto sustenta aquele enquadramento.
Finalidade do cEnq
A função principal do cEnq é fornecer à Receita Federal um nível maior de clareza e precisão sobre a tributação do IPI na operação. Ele garante:
Transparência: a empresa declara exatamente qual regra fiscal está aplicando, com respaldo na legislação.
Validação fiscal: o cEnq é obrigatório em operações com IPI e é usado pela Receita para cruzar informações com o CST, garantindo que ambos estejam compatíveis.

A relação entre cEnq e CST de IPI
O cEnq não funciona de forma isolada, ele é um complemento essencial ao CST de IPI, e a Receita Federal mantém tabelas de compatibilidade entre os dois códigos.
Quando essa combinação não corresponde ao que a legislação determina, a NF-e é automaticamente rejeitada com o erro: Rejeição 388 - Código de Situação Tributária do IPI incompatível com o Código de Enquadramento Legal do IPI.
Por isso, entender e aplicar corretamente o cEnq é fundamental para evitar retrabalho e garantir que suas notas fiscais sejam autorizadas sem problemas.
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Regras de compatibilidade (faixas de cEnq)
A compatibilidade entre o CST do IPI e o cEnq é definida por faixas específicas de códigos. Cada situação tributária só pode ser usada com determinadas faixas de enquadramento.
Quando essa combinação está incorreta, a NF-e é rejeitada. Veja o resumo das principais regras:
CST de IPI | Situação Tributária | Faixa de cEnq Obrigatória | Exemplo de cEnq |
02 ou 52 | Isenção | 301 a 399 | 301: Produtos industrializados por instituições de educação ou assistência social. |
04 ou 54 | Imunidade | 001 a 099 | 001: Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. |
05 ou 55 | Suspensão | 101 a 199 | 101: Remessa para industrialização (Art. 43, VII do RIPI/2010). |
03 ou 53 | Não Tributação | 401 a 499 | 401: Produtos destinados à exportação (Art. 18, I do RIPI/2010). |
00, 01, 50, 51, 99 | Tributação Normal | 999 | 999: Tributação normal do IPI; Outros. |
Atenção: o CST de IPI é composto por dois dígitos. O primeiro dígito indica a entrada (0) ou a saída (5) da mercadoria. O segundo dígito indica a situação tributária (00 - Tributado, 02 - Isento, 04 - Imune, etc.).
Tabela de Códigos de Enquadramento IPI (cEnq) Mais Comuns
A tabela completa de cEnq é extensa e está disponível no Portal da NF-e. Mas, no dia a dia dos empreendedores, alguns códigos são muito mais recorrentes. Veja os principais:
Códigos de Imunidade (CST 04 ou 54)
cEnq | Descrição | Base Legal |
001 | Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. | Constituição Federal, Art. 150, VI, "d" |
002 | Produtos industrializados destinados ao exterior (Exportação). | Constituição Federal, Art. 153, § 3º, III |
003 | Ouro, definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. | Constituição Federal, Art. 153, § 5º |
Códigos de Isenção (CST 02 ou 52)
cEnq | Descrição | Base Legal |
301 | Produtos industrializados por instituições de educação ou assistência social. | Lei nº 4.502/64, Art. 35 |
302 | Produtos industrializados por estabelecimentos de ensino. | Lei nº 4.502/64, Art. 35 |
303 | Produtos industrializados por estabelecimentos de pesquisa. | Lei nº 4.502/64, Art. 35 |
Códigos de Suspensão (CST 05 ou 55)
cEnq | Descrição | Base Legal |
101 | Remessa para industrialização. | RIPI/2010, Art. 43, VII |
102 | Remessa para conserto ou reparo. | RIPI/2010, Art. 43, VIII |
103 | Remessa para demonstração. | RIPI/2010, Art. 43, IX |
104 | Remessa para exposição ou feira. | RIPI/2010, Art. 43, X |
Códigos de Não Tributação (CST 03 ou 53)
cEnq | Descrição | Base Legal |
401 | Produtos destinados à exportação. | RIPI/2010, Art. 18, I |
402 | Produtos remetidos para a Zona Franca de Manaus. | Decreto-Lei nº 288/67 |
Aproveite e confira tudo sobre o Código de Situação Tributária aqui no blog.

Como o erro no cEnq afeta a emissão de notas fiscais?
Erros no preenchimento do cEnq são mais comuns do que parecem — e podem paralisar a operação de empresas industriais ou equiparadas à indústria.
Rejeição da NF-e (Erro 388)
A consequência mais imediata é a rejeição automática da NF-e. Sem autorização da SEFAZ, a mercadoria não pode ser transportada, a venda não é concluída e a operação fica travada.
Exemplo prático: um industrializador emite uma remessa para industrialização utilizando o CST 55 (Suspensão), mas informa cEnq 999 (Tributação Normal). Como o CST 55 exige o cEnq entre 101 e 199, a nota é rejeitada com o erro 388.
Risco de fiscalização e multas
Mesmo quando a nota passa pela validação (em cenários em que o Fisco não bloqueia), o preenchimento incorreto do cEnq pode gerar:
Glosa de crédito: o destinatário pode ter o crédito de IPI negado pela Receita, prejudicando a relação comercial.
Autuação e multa: em uma fiscalização, aplicar imunidade, isenção ou suspensão sem base legal pode ser interpretado como aproveitamento indevido de benefício fiscal.
A relação indissociável entre cEnq, NCM e TIPI
O Código de Enquadramento IPI não pode ser determinado sem a correta classificação fiscal do produto, que é o NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). A relação entre esses três elementos é indissociável e fundamental para a conformidade.
O papel da TIPI (Tabela de Incidência do IPI)
A Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI) é o documento legal que lista todos os NCMs e suas respectivas alíquotas de IPI. É a TIPI que define se um produto é tributado, isento, ou tem alíquota zero.
NCM: o NCM (8 dígitos) identifica o produto.
TIPI: a TIPI, com base no NCM, informa a alíquota e a situação tributária básica do produto.
cEnq: o cEnq é a justificativa legal para a situação tributária que você está aplicando na sua Nota Fiscal, que pode ser diferente da alíquota básica da TIPI devido a benefícios fiscais (isenção, suspensão, etc.).
Exemplo prático:
Um produto pode ter alíquota de 10% na TIPI. No entanto, se você está enviando esse produto para exportação, o CST de IPI será 04 ou 54 (Imunidade) e o cEnq será 002 (Produtos industrializados destinados ao exterior). O cEnq, neste caso, justifica a imunidade do IPI, mesmo que a TIPI preveja uma alíquota.
A importância da consulta fiscal
A determinação do NCM, do CST e do cEnq é uma tarefa complexa que exige conhecimento técnico.
Risco de classificação incorreta: classificar o NCM de forma errada pode levar a uma alíquota de IPI incorreta e, consequentemente, a um cEnq incorreto, gerando multas e problemas fiscais.
Consulta formal: em casos de dúvida, a empresa pode realizar uma Consulta Formal à Receita Federal para obter um parecer oficial sobre a classificação fiscal de um produto.
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Como garantir o preenchimento correto e evitar a rejeição 388?
A chave para evitar erros no cEnq é a integração e a automação:
Consulta ao contador: o contador é o profissional que deve fornecer a classificação fiscal correta (NCM, CST e cEnq) para cada produto e operação.
Sistema emissor inteligente: Utilize um sistema emissor de Notas Fiscais que possua a tabela de cEnq integrada e que faça a validação automática do CST x cEnq antes da transmissão para a SEFAZ.
Manutenção da tabela: A tabela de cEnq é atualizada periodicamente pela Receita Federal. Seu sistema de gestão deve ser atualizado sempre que houver uma nova Nota Técnica.
O Código de Enquadramento Legal do IPI (cEnq) é a prova de que a sua empresa está aplicando a legislação do IPI de forma correta e transparente. Ele é a justificativa legal para a situação tributária do imposto.
Para as empresas do setor industrial, dominar o cEnq é um requisito básico de conformidade. Garanta que seu sistema e sua equipe estejam alinhados com as regras de compatibilidade entre CST e cEnq para evitar rejeições e manter a saúde fiscal do seu negócio.
O cEnq é a base da conformidade no IPI
O Código de Enquadramento Legal do IPI é um dos pilares da correta tributação para quem atua no setor industrial ou equiparado. Ele não é apenas um código técnico na nota: é a prova legal de que a empresa está aplicando as regras do IPI de forma correta e alinhada à legislação.
Quando NCM, TIPI, CST e cEnq conversam entre si, as notas fiscais fluem sem rejeições, a operação ganha segurança e o negócio evita riscos de multas, glosas e retrabalho. Por isso, entender o funcionamento do cEnq — e configurá-lo corretamente — é indispensável para manter a conformidade fiscal.
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