DREX: como funcionará a nova moeda digital brasileira do BC

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    DREX, a nova moeda digtal do Banco Central

    As criptomoedas ganharam destaque na última década e se tornaram ativos de investimento no mundo todo. Dizem que quem comprou um bitcoin há 15 anos atrás e o tivesse até hoje estaria rico.

    Com o tempo, surgiram diversas outras moedas digitais, e o mercado se consolidou. Agora, o Banco Central do Brasil se prepara para lançar oficialmente, em 2025, a sua própria moeda digital: o DREX. A iniciativa já vem movimentando o mercado e gerando bastante expectativa.

    Ainda em fase de testes, o DREX deve se tornar em breve uma nova forma oficial de realizar operações financeiras no país. Quer entender como ela funciona e o que muda na prática? Continue a leitura.

    DREX: o que é e como funciona?

    O DREX será a moeda digital oficial do Brasil, emitida pelo Banco Central e equivalente ao real físico. Ela utiliza a tecnologia blockchain, a mesma que viabiliza as criptomoedas, permitindo o registro descentralizado, transparente e seguro de todas as transações.

    Na prática, isso significa que, em vez de depender de intermediários, as movimentações financeiras serão registradas diretamente em rede, com mais agilidade e proteção contra fraudes.

    Cada brasileiro poderá ter sua própria carteira digital para armazenar DREX e realizar pagamentos, transferências e outras operações com o mesmo valor de uma cédula ou moeda convencional — só que em ambiente totalmente virtual.

    Uma curiosidade é que o nome DREX foi pensado para traduzir o conceito da nova moeda:

    • D – Digital;

    • R – Real;

    • E – Eletrônico;

    • X – Conexão.

    Qual a diferença entre o Pix e o DREX?

    Embora o DREX também seja uma solução digital, ele não é a mesma coisa que o Pix. A confusão é comum, mas a diferença entre os dois está no propósito de cada um.

    O Pix é um meio de pagamento — ou seja, uma forma de transferir dinheiro de um lugar para outro, como o TED ou o DOC. Já o DREX é a própria moeda digital, ou seja, o dinheiro em si em formato eletrônico.

    Em outras palavras: o Pix é o “caminho”, e o DREX pode ser o “dinheiro” que vai por esse caminho. O DREX será usado em pagamentos, transferências, operações com contratos inteligentes e muito mais — inclusive via Pix, se necessário.

    Segundo o Banco Central, o DREX deve transformar o sistema financeiro como conhecemos, já que representa uma nova maneira de emitir e movimentar dinheiro.

    O Brasil, inclusive, está entre os mais de 130 países que estudam a criação de moedas digitais oficiais. Desses, ao menos 21 já testam projetos semelhantes, como é o caso de China, Japão, Nigéria, Bahamas e Jamaica.

    Leia também: Como funciona o Pix agendado e Pix por aproximação.

    Por que o DREX foi criado?

    Apesar de usar a mesma tecnologia das criptomoedas (o blockchain), o DREX não é uma criptomoeda. Ele será uma moeda digital emitida e controlada pelo Banco Central, com valor estável e sem oscilações de preço, diferente do que acontece com ativos como o Bitcoin.

    Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, o objetivo principal do DREX não é eliminar os intermediários do sistema financeiro, mas sim aumentar a eficiência do crédito e o acesso a produtos financeiros, por meio de uma rede de registros distribuídos — como as blockchains.

    A ideia é transformar o DREX em uma infraestrutura de tokenização. Isso permitirá que diferentes tipos de ativos (como imóveis, veículos, ações ou recebíveis) sejam convertidos em tokens digitais e usados como garantias em operações financeiras. Assim, o crédito se torna mais acessível e inteligente.

    Uma das metas é desenvolver um super aplicativo financeiro, onde cada cidadão poderá visualizar, em um só lugar, todos os seus ativos — inclusive aqueles que hoje estão “escondidos” em diferentes registros. Isso abriria espaço, por exemplo, para que pequenos empreendedores e autônomos usassem recebíveis como garantia ao solicitar empréstimos com melhores condições.

    Como reforçou Galípolo, “a intenção é que as pessoas tenham acesso a linhas de crédito mais adequadas aos seus objetivos, evitando o uso recorrente de modalidades emergenciais”.

    O DREX vai ser obrigatório?

    Não. O uso do DREX não será obrigatório. A moeda digital será uma opção complementar no sistema financeiro, disponível para quem quiser armazenar valores em carteiras digitais.

    O objetivo do Banco Central é ampliar as possibilidades de uso do dinheiro no ambiente digital, sem substituir meios já existentes, como o Pix, o cartão ou o dinheiro em espécie. Ou seja, quem quiser continuar utilizando as formas tradicionais de pagamento poderá fazê-lo normalmente.

    Aproveite e confira nosso post sobre: Chaves Pix serão excluídas para CPFs e CNPJs irregulares, saiba como evitar.

    Quando o DREX será lançado?

    O Banco Central ainda não definiu uma data oficial para o lançamento do DREX em todo o país, mas a expectativa é que isso ocorra até o final de 2025, após a conclusão das etapas de teste.

    A fase piloto começou em abril de 2023, com a participação de instituições financeiras selecionadas para testar aspectos técnicos e operacionais da nova moeda digital.

    Já a segunda fase teve início no fim de setembro de 2024. Nessa etapa, estão sendo avaliadas funcionalidades mais avançadas, como os serviços financeiros integrados via smart contracts. A previsão é que esses testes se estendam pelos próximos meses, com conclusão estimada até o segundo semestre de 2025. 

    O DREX precisará ser declarado em notas fiscais?

    Não. O DREX não precisará ser declarado nas notas fiscais. Por se tratar de uma versão digital do Real, com o mesmo valor e função, não há necessidade de um campo específico para ele nas notas.

    As transações continuarão sendo registradas normalmente em Reais, como já acontece atualmente. O que muda é apenas o meio pelo qual o pagamento é realizado — e não a forma de emissão da nota fiscal.

    Erros nunca mais

    O DREX precisará ser declarado no Imposto de Renda?

    Sim, o uso do DREX poderá ser considerado na declaração do Imposto de Renda, especialmente quando envolver valores elevados ou operações de investimento.

    Assim como acontece com transações via Pix, a Receita Federal utilizará os dados do Drex para monitorar movimentações financeiras e garantir o recolhimento adequado de tributos. Portanto, é importante manter o controle das suas operações e, em caso de dúvidas, contar com o apoio de um contador.

    Aproveite e confira o que acontece se não declarar o Imposto de Renda.

    Haverá taxas extras para transações com o DREX?

    Não haverá cobrança de taxas por parte do Governo Federal para o uso do DREX. No entanto, cada instituição financeira poderá definir suas próprias tarifas, da mesma forma que já acontece com serviços bancários tradicionais.

    Ou seja, se houver alguma taxa na sua conta, ela será definida e cobrada diretamente pela sua instituição financeira — e não pelo Banco Central.

    O futuro financeiro já começou — e o DREX é parte dele

    Com o lançamento do DREX, o Brasil dá mais um passo rumo à digitalização completa do sistema financeiro. Mesmo sem ser obrigatório, a nova moeda digital promete transformar o acesso ao crédito, tornar transações mais seguras e abrir espaço para inovações que antes pareciam distantes da realidade.

    Para quem empreende, acompanha de perto as movimentações do mercado ou emite documentos fiscais com frequência, entender como o DREX funciona é uma forma de se preparar para o que vem por aí — com mais confiança e planejamento.

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